"Hay que endurecer pero sin perder la ternura jamás"... (Che)
Pode até parecer estranho eu citar um cara que é considerado, por muitos crentes, apenas um lunático homicida. E ele era mesmo, lunático - visionário, homicida - ele matou muita gente. Mas e daí? Isso não o faz tão diferente de mim ou de você, pelo menos não pra Deus. Se tenho entendido ao menos um pouco do evangelho de Cristo, Che era tão merecedor da Sua graça quanto você ou eu. Ah, ele já morreu e ta no inferno ... será? Será que seu último suspiro não foi - Deus sei que errei me perdoe, mas pensei esta certo então aceite-me!!... Não sei, não estava lá. Mas o fato é que hoje estive com essa esta frase a rondar meus pensamentos ... Depois de muito observar, principalmente a mim mesma, questiono: será que não estamos perdendo a ternura? Será que na nossa busca pela santidade, por defender e propagar a verdade não endurecemos demais?
Não digo que não fosse necessário endurecermos. Sim, devemos ter intrepidez...sim devemos ter convicção... sim devemos buscar ser santos, pois sua palavra nos diz : sede santos, porque Eu sou santo. Mas será que não perdemos a ternura pelo meio do caminho? Sabe, penso que talvez seja este o motivo de algumas pessoas terem aversão a palavra "crente", alguns que são cristãos tem preferido ser invisíveis a ter quer ser "crente"... é melhor ser um cristão anónimo do que um crente conhecido...putz...essa foi horrível. Ignore.
Bem, mas como eu estava dizendo, penso que talvez temos querido tanto nos embriagar da graça que esquecemos que ela não é só para nós, na verdade se já nos achamos tão santos ela com certeza não é para nós - são os doentes que precisam de médico - e se já estamos assim tão santos que não precisemos mas da graça, então é possível que não mais compreendamos o seu sentido, e isto explicaria o fato de termos nos tornado tão rijos a ponto de perdemos a ternura.
Penso que o Pai quis nos alertar sobre isto através de Jonas. Este não quis pregar pra Nínive porque eles eram homens desprezíveis na forma de viver, e mesmo depois de ter pregado e eles terem ouvido a palavra e mudado os seus maus caminhos, Jonas continua a questionar Deus porque Ele fez aquilo por aqueles homens desprezíveis. Jonas não compreendia a graça... e eu? Estaria eu propensa a perdoar e amar aqueles que, segundo os meus padrões, tem atitudes desprezíveis, repugnantes? As vezes não temos sabido ter compaixão, amar nem aqueles que já amamos, nem os nossos amigos quem dirá os inimigos ... Entende?
A que conclusão chego afinal? Que devemos todos sermos doces, meigos e serenos? Não sei...talvez. A verdade é que não chego a conclusão alguma, só sei que nada sei (ops, pegando a frase emprestada) . Eu sou apenas uma menina, outros grandes devem ter coisas com mais significado, com mais inspiração, com mais respaldo e com mais certezas a dizer, eu sei porque os leio e os ouço. Mas quem sabe só precisamos, todos os dias, voltar e aprender com aquele que é manso e humilde de coração, Aquele cujo fardo é leve, Aquele que mesmo sendo Deus humilhou a si mesmo assumindo uma posição de servo. Ele foi rijo quanto aos seus princípios? claro que foi! Mas o ladrão da cruz ao lado sabe que Ele nunca perdeu a ternura.